28.9.06

O Principe do Torto

Niccolò Machiavelli, conhecido entre nós por Nicolau Maquiavel, nasceu em Firenzze (Florença - Itália) em 3/5/1469. Além de grande Filósofo, político e escritor, Maquiavel é considerado também o fundador do pensamento político moderno.

Em 1512, com o fim da República, Maquiavel perde os cargos e é exilado. Nessa época escreve "O Príncipe" uma espécie de manual sobre a arte de governar.

Nessa obra Maquiavel expõe um sistema político, caracterizado pelo princípio amoralista de que os fins justificam os meios. Mas não foi somente a "obra" que resistiu ao tempo, o nome Maquiavel gerou algumas palavras, incorporadas nos nossos dicionários, que tem como significado figurado de "perfídia", "má-fé"; "astuto", "velhaco", "ardiloso" etc.

Maquiavel não foi mau sujeito, embora "maquiavélico" continue a ser quase sinônimo do mal. Sua filosofia da arte de governar pretendia ser científica - não dava lugar ao sentimento ou à compaixão, nem, em última instância, à moralidade. Mais que uma mera filosofia da época, suas idéias refletem uma das verdades mais profundas e perturbadoras da condição humana.

Para Rousseau: "Maquiavel, fingindo dar lições aos reis, as deu grandes aos povos".

"Não se pode chamar virtude o matar os seus concidadãos, trair os amigos, ser sem fé, sem piedade, sem religião; tais modos podem fazer conquistar poder, mas não glória."

"Quando fizer o mal, faça de uma só vez e de forma destruidora para que o inimigo não possa revidar. Quando fizer o bem, procure fazer aos poucos para ser lembrado sempre."

"...um príncipe hábil deve pensar na maneira pela qual possa fazer com que os seus cidadãos sempre e em qualquer circunstância tenham necessidade do Estado e dele mesmo, e estes, então, sempre lhe serão fiéis."

"...tão simples são os homens e de tal forma cedem às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar."

"...os bons conselhos, venham de onde vierem, devem nascer da prudência do príncipe, e não a prudência do príncipe resultar dos bons conselhos."

"Quem quiser fazer profissão de bondade não pode evitar sua ruína entre tantos que são maus."
"A natureza criou o homem de tal modo que ele pode desejar tudo sem poder obter tudo, pelo que se nota que os homens ou são aliciados ou aniquilados."

"Se não puder ser amado e temido igualmente, é melhor ser temido."

"...não pode haver boas leis onde não existam boas armas..."

'...aquele que num principado não conhece os males logo no início, não é verdadeiramente sábio."

"A sorte, porém, como a mulher, sempre é amiga dos jovens, porque são menos cautelosos, mais afoitos e com maior audácia a dominam."

"E os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, posto que a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se abandona."

Amigos, acho que "O Príncipe", é o único livro que Luiz Inácio da Silva leu em toda a sua vida. E quem emprestou foi Fernando Henrique Cardoso...